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Nas nuvens

Decididamente escrever e co ç ar é s ó come ç ar. Comecei a digitar essa cr ô nica literalmente nas nuvens, quer dizer, dentro de um avi ã o voltando de Natal para o Rio de Janeiro. Eu sempre que escrevo  é porque algum fato externo ou interno me deu inspira çã o, fora isso, s ó quando me encomendam um texto espec í fico e a í fica tudo mais f á cil. Com a inspira çã o é diferente. Ela  é igual aos Orix á s, igual ao samba, igual as mulheres. Voc ê é quem é escolhido por estes prazeres da vida. Para ser pleno e verdadeiro, n ã o é voc ê quem escolhe estes conv í vios. A partir deste mote, fiquei olhando as nuvens abaixo de mim arriscando filosofar sobre o tema. De cara,  o primeiro pensamento foi a d ú vida: sigo nesse papo da inspira çã o ou mudo para uma coisa mais simples? Divagar sobre a exist ê ncia do universo, p or  exemplo, j á que estou aqui, acima da grande maioria da humanidade, abaixo apenas de Deus. (rsrs). N ã o fosse...
Imagina na copa, T ú lio? A í eu fui assistir ao lan ç amento do novo disco do Wanderley Monteiro l á no Teatro Rival. Belo CD que eu tive o prazer de participar com meu viol ã o. A í o diretor do show era o meu amigo T ú lio Feliciano, um craque dos espet á culos, um mago dos shows de samba, uma figura ç a muito engra ç ada e muita franca na hora de dizer o que pensa sobre tudo e sobre todos. A í , acabado o show, fomos para a inexor á vel cervejinha no "beco da cirrose", como antigamente era conhecida a Rua Á lvaro Alvim. Eu e T ú lio concordamos que esse t í tulo é muito m ó rbido para aquele espa ç o onde j á rolou muita bo ê mia boa, muitas hist ó rias da m ú sica brasileira. A saudade do Tangar á é grande, mas  para compensar, descobri que ali no Escondinho tem uma super carne de sol que n ã o fica devendo nada a Feira dos Nordestinos l á no Pavilh ã o de S ã o Crist ó v ã o. Vale à pena conferir. A í , papo vai papo vem, o T ú lio falou, entre ou...
O Botafogo, independente da maré, como deve ser, sempre tirando onda. Agora o Seedorf é nosso e da mulher brasileira dele. Como costuma brincar o  meu  amigo Baiano, a torcida botafoguense é diferenciada, acostumada a torcer nos jogos lendo Shakespeare e ouvindo Debussy. Agora, traz um jogador afrodescendente holandês para brilhar no Engenhāo. Comemoro o evento mostrando pros meus amigos o arranjo que fiz para o meu violão do hino do glorioso. 
  João Bosco/Aldir Blanc/Prêmio da Música Brasileira Ontem estive no Theatro Municipal do Rio de janeiro para assistir a mais uma entrega do Prêmio da Música Brasileira. Sempre olhei essa premiação com um carinho especial porque, no final das contas, é um concurso onde não há perdedores, todos ganham, mesmo os que não levam a estatueta pra casa. Eu já tive o prazer de ganhar uma (eh!eh!). A possibilidade de encontramos nossos amigos  do meio musical, num ambiente de festa,  já é um presente, na medida em que a maioria dos nossos encontros, principalmente entre os não tão íntimos, se dá mesmo é nos aeroportos, e o evento tem entre tantas qualidades a elegância de tentar contemplar o maior número possível de artistas, com os prêmios ou apenas com as indicações. Ontem foi uma noite incrível dedicada a esse músico fantástico que é o João Bosco. Das coisas que vi e do que mais gostei, destaco o trabalho visual do Gringo Cardia, o duo Toninho Horta e Milton Nascimen...
Reprise da entrevista concedida por Chico Anysio ao Programa Garimpo em outubro de 2011 falando sobre seu trabalho de compositor (Próximas terça e sexta às 21 horas. Rádio Nacional AM 1130 KHZ ou na net em www.ebc.com.br) Existem coisas que acontecem quando a gente menos espera, e por conta disso, elas têm um sabor todo especial. Foi o que aconteceu quando meu amigo Quinzinho me perguntou se eu não gostaria de entrevistar o Chico Anysio para o Programa Garimpo. É lógico, respondi pra ele sem pestanejar. Primeiro porque seria uma oportunidade de eu conhecer um dos meu ídolos desde a infância, segundo pela chance de conversar com Chico Anysio sobre música, sobre o seu lado compositor e que recebe pouco destaque por conta do magnifico sucesso de seu lado ator e seus personagens no rádio e na televisão. Chico Anysio é um compositor profissional, com vários sucessos e uma centena de músicas inéditas e ainda compondo, como ele revelou ao final da entrevista. Quinzinho é irmão...

Tudo pode ficar pior, ou não

Atendendo a pedidos do meu parceiro Hermínio Bello de Carvalho aumentei um pouco o corpo das letras e dei uma mudadinha no lay out. Gutermberg Guarabyra me sugeriu usar a Verdana em tamanho 14. Adorei as sugestões. Vamos ao post da semana. Domingo é sempre um dia que reserva surpresas. Tô eu em casa às voltas com leituras sobre a história do violão, sobre o violão brasileiro em particular, quando o computador me avisa que tenho que levantar para esticar as pernas e beber água. Domingo é dia também, herança suburbana, da televisão ficar ligada na sala falando sozinha. Indo pra cozinha dei de cara com um programa, destes de tarde de domingo, onde a onda era os caras imitando o Neymar dançando o “ai se eu te pego”. Até aí tudo bem, o que fazer, mas aí veio o melhor. Mudaram a música (música?) para um lance de” eu quero tchu, eu quero tcha, eu quero tchu, tcha, tchu, tchu, tcha, tchu, tchu” e por aí vai. Morri de rir. Porque me lembrei da minha juventude, início de carreira, q...
Não tem jeito. Eu também sou tiete do Chico Meu ano de 2011, na maioria dos aspectos, terminou muito bem, mas o mico botafoguense no campeonato brasileiro foi dose e despertou em mim um certo pessimismo em relação ao ano seguinte. Aí 2012 começa com o novo Big Brother, com direito a suspeita de estupro e outras baixarias mais; o maior canal de televisão do Brasil compra os direitos do festival de pancadaria travestido de “esporte formador de caráter”, o UFC; o mesmo canal abre finalmente os braços para o mercado fonográfico religioso,  a música de sucesso nas paradas fica martelando “ai se eu te pego” e três edifícios desmoronam no Centro do Rio de Janeiro causando vitimas. Cheguei até a escrever uma crônica onde eu falava das minhas causas que eu considerava perdidas. Além do Botafogo, falava do direito autoral, da profissão e do mercado de música no Brasil, do racismo e por aí vai. Mas aí desisti de publicar. O pessimismo é um sentimento rejeitado por todos os níveis, ...