Querido e saudoso pai Everaldo de Barros. Em primeiro lugar, sua ben çã o e sauda çõ es alvinegras. Estamos bem na fita. Nunca pensei em me comunicar contigo depois que voc ê partiu dessa para melhor, acho que n ã o convinha. O mundo da í , salvo alguma disposi çã o em contr á rio, n ã o se comunica com o daqui, embora tenhamos algumas ferramentas proporcionadas pela religi õ es, como a nossa tem. Quebram um galho, mas nada parecido com um celular ou email. Fica tudo meio na base do acredite se quiser, n é ? Me lembrei de uma passagem quando uma vez no terreiro a Estrelinha, Er ê de Oxum, se assustou com o barulho de um celular e perguntou que bicho era aquele. Depois de algumas explica çõ es ela quis saber se o aparelho servia para ela falar com Pai Ogum. Diante da negativa ela ent ã o, desolada, concluiu que telefone celular n ã o servia pra nada. Bom, s ó pra esclarecer, celular é um aparelho telef ô nico sem fio, do tamanho e mais fino que uma lata...
Crônicas de Cláudio Jorge