Mais uma vez Martinho da Vila me proporciona momentos de prazer em terras lusitanas. Dessa vez ele me levou para jantar na casa do pintor Roberto Chichorro. Eu já o conhecia formalmente de outros camarins em shows no Coliseu de Lisboa, mas sem conhecer o seu papo e a suas tintas. Nosso encontro em sua casa foi uma deliciosa surpresa visual, auditiva e palatável, graças também à comida moçambicana por ele preparada para nós. Um lance meio vatapá, com direito a pimenta da boa e um vinho tinto português supremo. . Na chegada, o visual do pôr do Sol às oito da noite visto de sua janela em Cascais já entregava a intimidade de Chichorro com as cores da vida. Só que no caminho da entrada até o pôr do Sol, parecia que estávamos percorrendo numa exposição de arte. Pinturas dele e de amigos nas paredes. Peças em cerâmica que ele diz só fazer por hobby , tudo com aquela força e beleza de arte africana com cara de modernidade, “sem aquela onda naïf ”, como me disse uma vez o Lenine se referind...
Crônicas de Cláudio Jorge