Salve amigo e amiga.
A live que farei no dia 16 de junho, às 18 horas no Facebook, será uma comemoração dos quarenta anos de lançamento do meu primeiro disco autoral.
Na época, Renato Correa, um dos integrantes do grupo Golden Boys era um dos diretores artísticos da EMI-ODEON onde o disco foi gravado, nos extintos estúdios da Rua Mena Barreto em Botafogo.
Renato indicou o produtor José Milton para cuidar do projeto e o resultado foi maravilhoso, tanto no trabalho quanto no nascimento da nossa amizade.
Esse LP é de uma época em que efetivamente havia uma indústria de discos, com toda uma grande estrutura que ia desde a fábrica, passando pelos trabalhos de promoção em rádios, até chegar as prateleiras das lojas.
O rádio era o braço forte de divulgaçāo dos produtos e quando ouvi meu disco pela primeira vez tocando numa estação, acho que na Rádio Nacional FM, foi uma emoçāo.
As gravadoras tinham uma estrutura de promoçāo que atendia o artista onde ele estivesse. Assim aconteceu quando eu viajava ainda integrando a banda do Sivuca e o divulgador local fazia um giro comigo pelas rádios. Salvador, Recife, Belo Horizonte e Sāo Paulo foram algumas das praças onde eu tive a oportunidade de mostrar o trabalho.
Quando gravei este disco em 1980, as iniciativas na produçāo independente ainda eram muito tímidas. Antônio Adolfo tinha lançado o seu maravilhoso clássico “Feito em casa” em 1977, mas só as gravadoras multinacionais ainda detinham o monopólio dos grandes estúdios de gravações profissionais. Entāo nāo era uma coisa fácil você ter um contrato com uma gravadora e o artista sempre ficava dependendo de “fazer sucesso” para ter seu contrato renovado.
No meu caso, o sucesso de vendagem nāo aconteceu, embora “a gravadora tenha dado o maior apoio” e o disco tenha sido “muito bem recebido pela crítica”, expressões comuns na época no meio artístico.
Sinto um gostinho de sucesso agora, quando vejo o LP valorizado como objeto de raridade, inclusive no Japāo, como me confidenciou o o cantor Ed Mota, que viu o disco num sebo em Tókio sendo vendido a $300.
Sinto um sabor de sucesso também quando vejo este disco reciclado em novo formato, nāo tendo sido impresso em CD, e trazendo de volta pra mim tantas lembranças boas dessa época em plena contemporaneidade digital.
Este meu primeiro trabalho autoral, do qual tenho muito orgulho,
é um disco onde tive a oportunidade, o prazer e a honra de contar com a presença de grandes músicos de estúdio daquele período.
Ivan Machado no baixo, Téo Lima na bateria, o Peninha, que depois foi do Barāo Vermelho, nas percussões. Luiz Avelar e Reinaldo Arias nos teclados e arranjos. Os saxes e as flautas de Mauro Senise, Jorginho, Zé Carlos Bigorna, Oberdan Magalhāes e Ricardo Pontes. Os trompetes de Márcio Montarroyos, Bidinho e o Serginho Trombone.
No coro Luna, Fabíola, Regininha, Marcio Lote, Zé Luiz, Flávinho, e Pepe Castro Neves. No nipe de cordas, entre outros vinte músicos, meus amigos Pascoal Perrota e José Alves.
Os parceiros no repertório foram João Nogueira, Ivor Lancellotti, Ivan Wrigg, na maior parte das canções, Cartola e Hermínio Bello de Carvalho e ainda contei com as participações especiais de Sivuca e Cláudia Versiani.
As boas lembranças ficam também por conta das eternas amizades cultivadas com a parte técnica, meu saudoso Guilherme Reis e o queridaço Nivaldo Duarte.
Entāo é isso, meus amigos e amigas. Acessem as plataformas e aproveitem para dar um palpite se a gravação análoga é ou nāo melhor que a digital. Beijos.
Comentários
Abraços
Tem que se orgulhar, mesmo.
Trata-se de um trabalho sincero, honesto, de muito bom gosto e muito bem realizado.
Tom Tavares