E o Brasil se reinventa após a autoproclamação
de Zé de Abreu como Presidente da República. Alegoria típica de
carnaval onde o Rei Momo baixou nos brasileiros e realizaram no início
da festa, em todo o Brasil, aquilo que todos nós esperávamos que acontecesse, mas não acontecia. O povo foi pra rua protestar contra Bolsonaro.
Durante o carnaval duas perdas dolorosas e emblemáticas serviram também para nos lembrar de nossa inexorável finitude. Partiu Arthur, neto de Lula, partiu Alfredinho Bip-Bip, pai de todos.
A prematura partida de Arthur possibilitou ao avô respirar um pouco de ar puro acompanhado por gritos, aplausos, solidariedade e emoção em doses cavalares. A surpreendente partida de Alfredinho acontece no maior evento ao ar livre do planeta, festa para a qual sempre contribuiu.
Alfredinho sempre esteve ao lado tudo de bom que acontecia nessa cidade. Era um admirável militante de esquerda, era um ser humano incrível, doce, alegre, escondido em seu personagem de mal-humorado. Um precursor, um visionário, um revolucionário nos seus costumes amplamente conhecidos daqueles que frequentavam aquele, “clube”, aquele “aparelho”, aquele “oásis”, aquela “trincheira”, o Bip. Uma portinha, um balcãozinho, um banheirinho e aquele universo gigantesco de alegria, liberdade, musica, poesia, boemia e acima de tudo, muito por conta de seu dono, fraternidade e solidariedade. Num belíssimo livro sobre o lugar, organizado pelo Marcelo Moutinho, o amigo leitor poderá saber de muitas historias que por lá aconteceram descritas pelos frequentadores, eu inclusive. Procure saber.
O neto de Lula partiu sem ter vivido o que Alfredinho viveu, mas a partida do menino pode ter contribuído de alguma forma para a retirada estratégica do Alfredo. Como bem grifou o jornalista e botafoguense Molica “Alfredinho morreu de Brasil”.
Botafoguense. Sim, Alfredinho como tantos de nós, era botafoguense, aquele ser que sofre nas alegrias e é capaz de rir nas tristezas, chora nas vitórias e ri das derrotas, ou seja, pessoas iluminadas (rsrs).
Alfredinho já era um iluminado e Arthur se iluminou, e os dois neste carnaval jogaram luz sobre esse drama que estamos vivendo desde que chutaram o pau da barraca. A América Latina vai indo ladeira abaixo, feito lama de Brumadinho, levando de roldão os elementos básicos de civilização e convivência construídos as duras penas num país de tradição corrupta, homofóbica, escravocrata e genocida.
Deus deve receber as pessoas lá no céu por ordem alfabética, tal a quantidade de gente que morre num mesmo dia. Alfredinho e Arthur foram os primeiros, e como para a minha religião a morte é um renascimento, renascer durante o carnaval brasileiro é uma benção, um prêmio, é ser merecedor de uma festa muito grande. Alfredinho vai deixar muita saudade em nós seus amigos, foi se juntar aos da foto que fiz lá em cima (Walter Alfaiate, Newton Santos e Paulinho Albuquerque), para engrossar a torcida de lá por dias melhores aqui.
Arthur virou anjo e irá visitar o avô diariamente, sem depender de autorizações dos reles mortais. Talvez, daqui a pouco, já seja capaz de promover milagres e quem sabe nāo abre aquele cadeado com um beijo.
Durante o carnaval duas perdas dolorosas e emblemáticas serviram também para nos lembrar de nossa inexorável finitude. Partiu Arthur, neto de Lula, partiu Alfredinho Bip-Bip, pai de todos.
A prematura partida de Arthur possibilitou ao avô respirar um pouco de ar puro acompanhado por gritos, aplausos, solidariedade e emoção em doses cavalares. A surpreendente partida de Alfredinho acontece no maior evento ao ar livre do planeta, festa para a qual sempre contribuiu.
Alfredinho sempre esteve ao lado tudo de bom que acontecia nessa cidade. Era um admirável militante de esquerda, era um ser humano incrível, doce, alegre, escondido em seu personagem de mal-humorado. Um precursor, um visionário, um revolucionário nos seus costumes amplamente conhecidos daqueles que frequentavam aquele, “clube”, aquele “aparelho”, aquele “oásis”, aquela “trincheira”, o Bip. Uma portinha, um balcãozinho, um banheirinho e aquele universo gigantesco de alegria, liberdade, musica, poesia, boemia e acima de tudo, muito por conta de seu dono, fraternidade e solidariedade. Num belíssimo livro sobre o lugar, organizado pelo Marcelo Moutinho, o amigo leitor poderá saber de muitas historias que por lá aconteceram descritas pelos frequentadores, eu inclusive. Procure saber.
O neto de Lula partiu sem ter vivido o que Alfredinho viveu, mas a partida do menino pode ter contribuído de alguma forma para a retirada estratégica do Alfredo. Como bem grifou o jornalista e botafoguense Molica “Alfredinho morreu de Brasil”.
Botafoguense. Sim, Alfredinho como tantos de nós, era botafoguense, aquele ser que sofre nas alegrias e é capaz de rir nas tristezas, chora nas vitórias e ri das derrotas, ou seja, pessoas iluminadas (rsrs).
Alfredinho já era um iluminado e Arthur se iluminou, e os dois neste carnaval jogaram luz sobre esse drama que estamos vivendo desde que chutaram o pau da barraca. A América Latina vai indo ladeira abaixo, feito lama de Brumadinho, levando de roldão os elementos básicos de civilização e convivência construídos as duras penas num país de tradição corrupta, homofóbica, escravocrata e genocida.
Deus deve receber as pessoas lá no céu por ordem alfabética, tal a quantidade de gente que morre num mesmo dia. Alfredinho e Arthur foram os primeiros, e como para a minha religião a morte é um renascimento, renascer durante o carnaval brasileiro é uma benção, um prêmio, é ser merecedor de uma festa muito grande. Alfredinho vai deixar muita saudade em nós seus amigos, foi se juntar aos da foto que fiz lá em cima (Walter Alfaiate, Newton Santos e Paulinho Albuquerque), para engrossar a torcida de lá por dias melhores aqui.
Arthur virou anjo e irá visitar o avô diariamente, sem depender de autorizações dos reles mortais. Talvez, daqui a pouco, já seja capaz de promover milagres e quem sabe nāo abre aquele cadeado com um beijo.
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