Crônica Programa Garimpo especial Chico Anysio
Existem coisas que acontecem quando a gente
menos espera, e por conta disso, elas têm um sabor todo especial. Foi o que
aconteceu quando meu amigo Quinzinho me perguntou se eu não gostaria de
entrevistar o Chico Anysio para o Programa Garimpo.
É lógico, respondi pra ele sem pestanejar. Primeiro
porque seria uma oportunidade de eu conhecer um dos meu ídolos desde a infância, segundo pela chance de conversar com Chico Anysio sobre música, sobre
o seu lado compositor e que recebe pouco destaque por conta do magnifício
sucesso de seu lado ator e seus personagens no rádio e na televisão.
Mas a verdade, como os ouvintes puderam constatar,
é que o Chico Anysio é um compositor profissional, com vários sucessos, uma
centena de músicas inéditas e ainda compondo, como ele revelou ao final da
entrevista.
Quinzinho é irmão de Cacau, meus irmãos de fé,
e ambos filhos de da famosa atriz Ema Dávila, amiga e contemporânea de Chico.
Quinzinho é seu acessor há cinquenta e oito anos, como Chico confirmou na
entrevista e este presente que eles me deram jamais esquecerei.
Ser recebido por um ídolo em sua casa para um
almoço com direito a entrevista em seguida, não é para os corações fracos,
muito menos para os tímidos como eu, mas o prazer desse encontro me deu a
coragem e a calma necessárias para conseguir realizar a entrevista que o
ouvinte acabou de ouvir.
Cheguei na casa do Chico e ele ainda estava a
caminho vindo de uma gravação na TV Globo. A secretária abriu a porta e fui
recebido pelos latidos de uma enorme cadela branca. Entrei, fui colocado à
vontade e depois de alguns carinhos de reconhecimento, a cadela sentou-se no
chão ao meu lado do sofá e ali ficou, e ali dormiu. Parecíamos velhos
conhecidos, ela ali descansando e eu contemplando o horizonte através da
varanda.
Senti muita paz naquela casa naqueles momentos
de espera. O Chico chegou, o Quinzinho não estava por perto e fomos logo nos apresentando.
Nesse momento me lembrei do primeiro dia em que
vi o Pelé. Estávamos no elevador da antiga TV Manchete eu e o meu amigo Elson
do Forrogóde, outro fã do Chico Anysio. Quando o elevador parou no andar e
abriu a porta dei cara com o Pelé ali parado. Fiquei em estado de choque, sem
sair do elevador quando o Pelé esticou a mão e me puxou.
Meu estado choque com o Chico Anysio só acabou
quando eu fui embora e entrei no carro e lá fiquei por alguns minutos pensando
em tudo.
Me veio à lembrança meu pai, minha mãe e meu irmão.
A gente lá no Cachambi e depois de muito sacrifício meu pai chegou em casa com
uma televisão “A vóz de Ouro ABC”. Nela eu vi o homem pousar na lua, embora
muitos dos meus vizinhos tenham dito na época que era truque dos americanos. Nela
eu asisitia religiosamente, todos os domingos, a Escolinha do Professor
Raimundo.
Este universo do Chico Anysio formou o meu
gosto por um determinado tipo de humor, formou também alguma coisa da minha
onda musical já que, desde aquela época, eu era um fã de Dolores Duran e ouvi
alguma coisa do Chico gravado por ela. Ouvi muito Trio Irakitan, por conta da
miha participação nos Pequenos Cantores da Guanabara e com eles o grupo fez uma
participação no cinema.
Desde a infância que sou fã do “Hino ao Músico”
parceria do Chico Anysio com o Chocalate, muito por conta da letra do Chico.
Sempre adotei essa música como um hino da minha profissão até que um dia eu
consegui compor em parceria com o Wilson das Neves o samba Músico Profissional.
Enfim meu caro ouvinte, foi uma mistura de honra,
prazer e orgulho de brasileiro que eu tive neste contado com Chico Anysio.
Achei muito bonita a mensagem que ele enviou
pelos setenta e cinco anos da Rádio Nacional. Mensagem de quem trabalhou em
rádio e mesmo tendo se consagrado na TV Globo, principalmente, sabe da grandeza e do siginificado da Rádio
Nacional do Rio de Janeiro.
É isso. Assista o programa nesta terça feira às 21 horas com reprise na sexta no mesmo horário.
Rádio Nacional 1130 khz e também neste link
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Beijos
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