
É engraçado ver essa história acontecer com ele, história que eu vivi no tempo da vitrola quando era LP e eu lancei meu primeiro disco pela Odeon em 1980, ano em que nasceu o Gabriel.
Em 1980 as coisas eram ao mesmo tempo mais difíceis e mais fáceis, diferente de hoje onde as coisas são mais fáceis e mais difíceis.
Explicando: as gravadoras tinhas os estúdios, a tecnologia, a prensagem, a edição e a distribuição.
Era um funil onde poucos chegavam para gravarem seus trabalhos. Havia espaço para o mais comercial e o mais cultural. As gravadoras vendiam discos populares para bancarem os da MPB e tudo mais. O samba bancou muito a edição de vários outros estilos.
Hoje as gravadoras estão mudando de negócio, qualquer um pode gravar um disco, há um home studio em vários quartos de empregada por aí. Prensar ficou fácil, estamos em plena era dos patrocínios, mas a divulgação e distribuição continuam sendo um privilégio das majors e grandes selos.
Não encontramos até hoje, para a produção independente, uma solução para isso neste momento em que, tudo indica, a mídia CD vai tirar o time. Só Deus sabe. Me desculpe aqueles que não acreditam nele.
Então Gabriel Versiani chega ao mundo do disco – era inevitável sendo filho de cantora (Cláudia Versiani) e músico - com um SMD autoral de um jeito que parece ser o do futuro daqueles que pretendem ser artistas nas próximas décadas. Me foi possível escolher a profissão de músico e viver exclusivamente dela até aqui. A partir daqui já começo a mudar a direção do navio que é a minha vida porque acho que essa atividade como profissão está acabando, mas essa é uma outra história.
Gabriel já começa na frente dividindo o palco com o computador na sua profissão de jornalista, com emprego, carteira assinada e tudo mais. É o futuro, e acho que ele é promissor para o meu filho.
Deixo de lado a modéstia e canto com a minha viola, meu filho manda bem nas duas posições.
Quem o acompanhar daqui pra frente verá. Quem já ouviu o disco se surpreende com um repertório não alinhado a qualquer modismo. É eclético, jovem, moderno, com uma inegável base de informação musical e cultural.
Tá bom. É o pai lambendo a cria, isso não vale né?
Então vamos combinar uma coisa: você vai lá no Centro Cultural Carioca no dia 17 de novembro conferir. Se você não gostar eu pago a tua conta. Fechado? Até lá.
PS: eu vou dar uma canja dividindo com ele umas canções do meu disco Amigo de fé.
Comentários
Edilberto.
Filho de peixe vai ser sempre peixinho.
Fiquei surpresa quando fui lendo e absorvendo ...e fui, porque , como vc, minha filha também vai chegar e vou poder dividir o palco com ela.
Isso é um benção de Deus!
Podermos participar de nossa criação,cantando, tocando, compondo, mistura do meu DNA com o do Luis Moreno, e dando essa figurinha linda chamada Luanda.
E desse mix da Claudia+ Claudio vem Gabriel Versiani!
Uma pena não estar por perto nesse primeiro show.
Quero ouvir, curtir, lamber a cria sim, por que Não?
Quero saber mais. Agora não ficarei mais de fora, quando rolar um show, me avise!
bjs alvinegros de paixão