Pular para o conteúdo principal

O primeiro CD do filho único ninguém esquece

Aconteceu em família, aconteceu no Sobrenatural, tá acontecendo toda quarta e quinta feira no júri de novos talentos do Carioca da Gema, vai acontecer dia 22 de novembro na feijoada do Bloco dos Cachaças.
Mas tem uma festa/presente muito especial que vai acontecer no próximo dia 17 de novembro lá no Centro Cultural Carioca. Meu filho Gabriel Versiani vai lançar seu primeiro CD.

É engraçado ver essa história acontecer com ele, história que eu vivi no tempo da vitrola quando era LP e eu lancei meu primeiro disco pela Odeon em 1980, ano em que nasceu o Gabriel.

Em 1980 as coisas eram ao mesmo tempo mais difíceis e mais fáceis, diferente de hoje onde as coisas são mais fáceis e mais difíceis.

Explicando: as gravadoras tinhas os estúdios, a tecnologia, a prensagem, a edição e a distribuição.

Era um funil onde poucos chegavam para gravarem seus trabalhos. Havia espaço para o mais comercial e o mais cultural. As gravadoras vendiam discos populares para bancarem os da MPB e tudo mais. O samba bancou muito a edição de vários outros estilos.

Hoje as gravadoras estão mudando de negócio, qualquer um pode gravar um disco, há um home studio em vários quartos de empregada por aí. Prensar ficou fácil, estamos em plena era dos patrocínios, mas a divulgação e distribuição continuam sendo um privilégio das majors e grandes selos.

Não encontramos até hoje, para a produção independente, uma solução para isso neste momento em que, tudo indica, a mídia CD vai tirar o time. Só Deus sabe. Me desculpe aqueles que não acreditam nele.

Então Gabriel Versiani chega ao mundo do disco – era inevitável sendo filho de cantora (Cláudia Versiani) e músico - com um SMD autoral de um jeito que parece ser o do futuro daqueles que pretendem ser artistas nas próximas décadas. Me foi possível escolher a profissão de músico e viver exclusivamente dela até aqui. A partir daqui já começo a mudar a direção do navio que é a minha vida porque acho que essa atividade como profissão está acabando, mas essa é uma outra história.

Gabriel já começa na frente dividindo o palco com o computador na sua profissão de jornalista, com emprego, carteira assinada e tudo mais. É o futuro, e acho que ele é promissor para o meu filho.

Deixo de lado a modéstia e canto com a minha viola, meu filho manda bem nas duas posições.

Quem o acompanhar daqui pra frente verá. Quem já ouviu o disco se surpreende com um repertório não alinhado a qualquer modismo. É eclético, jovem, moderno, com uma inegável base de informação musical e cultural.

Tá bom. É o pai lambendo a cria, isso não vale né?

Então vamos combinar uma coisa: você vai lá no Centro Cultural Carioca no dia 17 de novembro conferir. Se você não gostar eu pago a tua conta. Fechado? Até lá.


PS: eu vou dar uma canja dividindo com ele umas canções do meu disco Amigo de fé.

Comentários

felicidades e sucesso ao garoto, se tiver algum material,mande por email que eu divulgo em BH. Abraço grande .
Anônimo disse…
Pô Claudio, vc passa tanto tempo sem postar nada, quando escreve é para fazer propaganda para o filhão.Assim não dá, né?.Abraços.

Edilberto.
Irinéa Maria Ribeiro disse…
Sabe de uma coisa?
Filho de peixe vai ser sempre peixinho.
Fiquei surpresa quando fui lendo e absorvendo ...e fui, porque , como vc, minha filha também vai chegar e vou poder dividir o palco com ela.
Isso é um benção de Deus!
Podermos participar de nossa criação,cantando, tocando, compondo, mistura do meu DNA com o do Luis Moreno, e dando essa figurinha linda chamada Luanda.
E desse mix da Claudia+ Claudio vem Gabriel Versiani!
Uma pena não estar por perto nesse primeiro show.
Quero ouvir, curtir, lamber a cria sim, por que Não?
Quero saber mais. Agora não ficarei mais de fora, quando rolar um show, me avise!
bjs alvinegros de paixão

Postagens mais visitadas deste blog

Valeu Zumbi!!!

Valeu Zumbi!!!! Com este grito encerramos na madrugada do dia 20 o show feito em homenagem a Luiz Carlos da Vila promovido pela Prefeitura de Nova Iguaçu. Milhares de pessoas na praça, dezenas de artistas amigos do Luiz, todos cantando e se emocionando, mesmo fora do palco. Tudo do jeito dele, com muita alegria, samba e cerveja gelada. Valeu Zumbi, saudação cunhada pelo Luiz no samba enredo da Vila Isabel de 1988, deve estar sendo gritada muitas vezes por este país afora nestas comemorações do dia da Consciência Negra. Neste momento em que escrevo estou em Mauá, São Paulo para atuar num show de praça, integrando a banda do Martinho da Vila, numa comemoração deste dia de graça. Gostaria de escrever aqui algumas coisas relativas ao assunto. Estou sem tempo, mas não posso deixar passar em branco este dia sem dizer que sou a favor das cotas, que o racismo no Brasil é muito louco por ser um país de miscigenados, que as lutas para acabar com o preconceito e a descriminação não deveriam ser l

Matura idade.

Enfim, faço sessenta anos neste 3 de outubro de 2009. Não são aqueles anos intermediários entre a juventude e o início do fim, tipo quarenta ou cinquenta. São sessenta anos, meus camaradas. Ao contrário do que eu mesmo poderia imaginar, não vou lançar CD comemorativo, não vou fazer show comemorativo de idade e não sei quantos de carreira, nem vou fazer nenhuma roda de samba. Também não vou receber os amigos no Bar Getúlio, como pensei em algum momento. Minha comemoração dos sessenta vai ser em família, fora do Rio, na calma. Vai ser desse jeito porque ao longo destes anos todos desenvolvi uma arte que aprendi com meu pai que foi a de fazer amizades e comemorá-las, frequentemente. Entre tantas que cultivei em todo esse tempo, além de minha mãe, duas não estão mais por aqui – Paulinho Albuquerque e Luiz Carlos da Vila. Um festão de sessenta anos sem eles, é choro meu na certa. Além disso, eu teria que estar com uma grana que anda meio fugida de mim, para não deixar amigo nenhum sem ser c

O Méier baixa na Lapa e leva o caneco

Ontem, 20 de janeiro de 2008, dia de São Sebastião, padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, foi uma noite realmente especial para nós do Bloco dos Cachaças. Nascido de regados encontros no bairro do Méier, subúrbio carioca, na casa do casal Diniz (Mauro e Claudia), o bloco cresceu e passou a reunir uma galera em deliciosa feijoada domingueira num sitio em Jacarepaguá.. Passeio tipicamente suburbano e familiar, uma onda totalmente Muriqui ou Paquetá, que reúne músicos, jornalistas, sambistas, crianças, e boêmios de um modo geral, uma boa parte embarcados em vans vindas dos quatro cantos da cidade. Ao vencermos na noite de ontem o concurso de marchinhas da Fundição Progresso foi como a confirmação do batismo do Bloco feito por nossos padrinhos Zeca Pagodinho e Marisa Monte. O bloco dos Cachaças, enfim, saúda a imprensa falada, escrita, “blogada”, televisada e pede passagem. Pede passagem para no embalo de sua marchinha, “Volante com cachaça não combina”, engrossar esse cordão que cobra m