Em primeiro lugar não
sou PT, não sou filiado a nenhum partido. Acho que nenhum dos partidos brasileiros representam as
minhas expectativas de cidadania, mas sou um admirador de Brizola, Darcy Ribeiro, Lula e
agora Dilma.
Além da minha concordância com o programa do PT para os governos Lula/Dilma, não
posso deixar de me sensibilizar com o
fato de que os Presidentes petistas e seus colaboradores não
fraquejaram com a idéia de migrarem do conforto da oposição para a situação,
onde nunca tinham estado antes. Quando o PT passou a ser governo, não
fugiu a responsabilidade de honrar o voto da população, não no
sentido moralista da palavra, mas no sentido de que para governar tiveram que
sentar à mesa com todo tipo de gente, políticos e partidos. Tiveram que conviver com corruptos, com a direita,
com os fisiologistas, com os oportunistas e etc. Tiveram que negociar com todos
os agentes que compõe a cena política brasileira. Sinto muito. Infelizmente a política na democracia é assim. Fora isso só nas ditaduras.
Alguns se deixaram
levar pela sedução da desonestidade, outros não, mas, de
qualquer forma, todos os que empunharam a bandeira do partido foram arrolados
na onda do "fazer justiça com as próprias mídias", antes de qualquer julgamento ou condenação.
Estar na oposição é a
coisa mais confortável do mundo, afinal, quem se opõe não
sofre julgamentos, só na hora das disputas.
Para quem está na situação, não. É paulada
de todos os lados com direito a fogo
amigo, inclusive.
Quando publico essa
crônica ainda não sabemos o resultado do segundo turno, espero que Dilma saia
vitoriosa, por vários motivos além dos referentes ao seu governo.
Um deles, que é sempre
bom lembrar, é que vivemos a partir de 1964 um período de vinte
anos sob uma terrível ditadura, e os estragos foram enormes. Acho que precisaremos de pelo menos trinta anos de eleições diretas
para voltarmos pro caminho dos trilhos. Muito do que vivemos hoje
em matéria de monopólio da comunicação e truculência policial militar é fruto deste período
sombrio.
Ter na história
do Brasil um roteiro de filme onde uma mulher torturada no passado se
transforma na Presidenta de hoje, é no mínimo motivo
para sentir orgulho de pertencer ao povo
brasileiro que, através do voto, vem fazendo a correção do rumo de
nossa história.
Enquanto escrevo
vejo no face que a Veja está
guardando uma " bomba" para as vésperas
do dia 26. Não vai explodir, ou vai explodir no colo, como aconteceu no Rio
Centro. A população já aprendeu como funciona esse jogo, mas de qualquer forma, atenção
redobrada. Os ventos estão favoráveis, mas o jogo só
acaba quando termina e podemos estar certos que quando
terminar a eleição, tomara que com a vitória
da Dilma, no dia seguinte as críticas ao governo recomeçarão, mais do que
nunca. A nossa luta continuará, mais uma vez, pois a tentativa de desestabilizar o regime será a
nova trincheira dos, se Deus quiser, derrotados.
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