Já passou um pouquinho do acontecido, mas foi só eu ir pra cozinha preparar umas coxas de frango desossadas pra acontecer. Não sei de onde veio, mas senti um cheiro de conhaque e aí resolvi incluir na receita. Nenhum vinho ou cerveja por perto, o cheiro do conhaque me levou a uma singular dose de Whisky, do qual não sou muito fã, mas alguma coisa me dizia que eu precisava me conectar.
A patroa coloca na TV o YouTube com um vídeo do espetacular Richard Boná. Logo depois ela vê no face meu amigo Gabriel Groos no Gordo, homenageando Toots Thielmans.
Aí caiu a ficha e uma segunda dose me fez lembrar do único e privilegiado encontro que tive com Toots.
Foi num Free Jazz em São Paulo. Eu era guitarrista da banda do Sivuca e a noite era dos dois.
Na passagem de som me surpreendi com o Toots comentando com Sivuca sobre a minha performance de guitarra base. Até aí tudo bem, nada demais.
Mas a noite, na hora do show, foi muito bom e eu fico muito feliz me lembrando disso agora.
Sivuca e Toots tocaram o tema, Toots improvisou, passou pro Sivuca e alguns minutos depois
Toots saiu lá da frente e veio andando pro fundo do palco, na minha direção. Não entendi e ele chegando perto esticou a mão pra me cumprimentar. Fiquei sem saber o que fazer e o contrabaixista Ivan Machado ao meu lado ficou falando "estica a mão Claudinho, estica a mão". Eu o comprimentei e de repente senti uma luz aumentando em cima da gente. Era o Paulinho Albuquerque que fazia a iluminação do show jogando luz naquela cena.
Me senti como se tivesse ganho o Grammy de guitarra base.
Me lembro da doçura do Toots e das despedidas no hotel.
Agora, vendo um clip atrás do outro, me delicio com esse músico dono de um improviso dos mais bonitos do mundo da música. Pra sempre Toots Thielmans.
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